sábado, 26 de novembro de 2016

Canções para recordar Fidel


Fidel Castro partiu na noite desta quinta-feira (25), aos 90 anos. Dedicou a vida a lutar pela liberdade, pela soberania e trabalhou com afinco para reduzir as desigualdades e promover a justiça social.

O comandante foi um grande amante das artes. Em seu governo, desenvolveu o Balé Cubano ao máximo, fomentou políticas públicas voltadas para a educação e para os esportes e, contam os amigos do tempos de colégio, “era o melhor em tudo”.

Seu legado inspirou cantores e compositores de toda a América Latina. O Vermelho selecionou cinco canções de artistas de diferentes países em homenagem ao líder máximo da revolução cubana.

Ouça as canções:

1 – El elegido – Sílvio Rodríguez

Sílvio Rodríguez é um dos maiores cantores e compositores cubanos de todos os tempos. Sua poesia canta o amor e a liberdade. Nesta canção, faz uma singela homenagem a Fidel Castro, quem qualifica como “um ser de outro mundo”.

2 – A Cuba – Victor Jara

O cantor e compositor chinelo Victor Jara dedicou toda sua obra às causas sociais. Cantou a luta dos povos do mundo e homenageou grandes líderes mundiais, entre eles Fidel Castro. Nesta canção, homenageia Fidel Castro, Che Guevara e José Martí.

3 – Y en eso llego Fidel – Carlos Puebla

 https://youtu.be/5woXb-XnSYQ
Nesta canção o cantor e compositor cubano Carlos Puebla ironiza a classe média e os “coronéis” cubanos que exploravam a população mais pobre antes da revolução. “E nisso chegou Fidel/ acabou a diversão/ chegou o comandante e mandou parar/”, diz o músico sobre o impacto que causou a tomada de poder dos revolucionários que derrubaram a ditadura de Fulgêncio Batista.

4 - Un son para Cuba – Quilapayún

O grupo chileno Quilapayún rendeu uma belíssima homenagem a Fidel ao cantar, nos anos 70, a canção Un Son para Cuba. “A ilha estava escura como o luto / mas içaram a luz como bandeira / não tinham mais armas que a aurora”. “Fidel com quinzes dos seus/ e com a liberdade” fez a revolução.

5 - Un hombre que sueña – coletivo de artistas cubanos


Recentemente um coletivo de artistas cubanos fez uma homenagem ao comandante da revolução com a canção “Um homem que sonha” por seus 90 anos. “Há um homem que lança a fé direto às estrelas / E um Fidel que vibra na montanha, presenteando com esperança de um novo amanhecer”.

Do Portal Vermelho, Mariana Serafini

Para os que lutam por toda vida


Jornal GGN - Em março de 1990, o então presidente de Cuba, Fidel Castro, foi entrevistado pelo programa Roda Viva da TV Cultura, em sua segunda visita ao Brasil. Fidel analisou os rumos dos países do bloco soviético com os efeitos da perestroika. 

Fidel, visto por Eduardo Galeano


do DCM 

E seus inimigos não dizem que apesar de todos os pesares, das agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida mas obstinadamente alegre gerou a sociedade latino-americana menos injusta.

Seus inimigos dizem que foi rei sem coroa e que confundia a unidade com a unanimidade.

E nisso seus inimigos têm razão.

Seus inimigos dizem que, se Napoleão tivesse tido um jornal como o Granma, nenhum francês ficaria sabendo do desastre de Waterloo.

E nisso seus inimigos têm razão.

Seus inimigos dizem que exerceu o poder falando muito e escutando pouco, porque estava mais acostumado aos ecos que às vozes.

E nisso seus inimigos têm razão.

Mas seus inimigos não dizem que não foi para posar para a História que abriu o peito para as balas quando veio a invasão, que enfrentou os furacões de igual pra igual, de furacão a furacão, que sobreviveu a 637 atentados, que sua contagiosa energia foi decisiva para transformar uma colônia em pátria e que não foi nem por feitiço de mandinga nem por milagre de Deus que essa nova pátria conseguiu sobreviver a dez presidentes dos Estados Unidos, que já estavam com o guardanapo no pescoço para almoçá-la de faca e garfo.

E seus inimigos não dizem que Cuba é um raro país que não compete na Copa Mundial do Capacho.

E não dizem que essa revolução, crescida no castigo, é o que pôde ser e não o quis ser. Nem dizem que em grande medida o muro entre o desejo e a realidade foi se fazendo mais alto e mais largo graças ao bloqueio imperial, que afogou o desenvolvimento da democracia a la cubana, obrigou a militarização da sociedade e outorgou à burocracia, que para cada solução tem um problema, os argumentos que necessitava para se justificar e perpetuar.

E não dizem que apesar de todos os pesares, apesar das agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida mas obstinadamente alegre gerou a sociedade latino-americana menos injusta.

E seus inimigos não dizem que essa façanha foi obra do sacrifício de seu povo, mas também foi obra da pertinaz vontade e do antiquado sentido de honra desse cavalheiro que sempre se bateu pelos perdedores, como um certo Dom Quixote, seu famoso colega dos campos de batalha.

(Do livro “Espelhos, uma história quase universal”)

Tradução: Eric Nepomunceno.
Publicado originalmente no diário universal.


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Uma conversa tête-à-tête

(FILES)This 1959 Fidel Castro e Che Guevara, em 1959 em Havana.  AFP

Morre comandante Fidel Castro

Fidel Castro Uma das principais figuras do século XX

Morre Fidel castro na noite de sexta feira (25) aos 90 anos de idade.
Fidel foi símbolo da Revolução Cubana em 1959, derrotando Fulgencio Batista e ficando 47 anos no poder. 

Em 2006, ele deixou o cargo por problemas de saúde e seu irmão assumiu o posto, primeiro provisoriamente, e, em 2008, de maneira definitiva


Direto da Fonte 

MPSC denuncia fraude na expedição de alvarás de construção na Laguna

O Farol de Santa Marta é alvo de esquemas criminosos de liberação de construção não autorizada pela justiça, porém gestores municipais liberam a área para a construção 

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou um grupo de pessoas que estaria atuando na expedição de alvarás em construções inseridas em área de preservação permanente, principalmente na região do Farol de Santa Marta, na Laguna.

A denúncia foi oferecida pela 1ª Promotoria de Justiça da Laguna, com o auxílio do GAECO de Criciúma, e aguarda a análise do Poder Judiciário.

Direto da fonte, clique aqui

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Por Glenn Greenwald: O que Geddel fez que Temer não tenha feito?

Foto: Dida Sampio/Estadao Conteudo

*Por Glenn Greenwald

Um dos principais argumentos usados pelos contrários ao impeachment da Presidente Dilma Rousseff era que ele daria poderes imediatos aos políticos de Brasília verdadeiramente corruptos — a principal força por trás do impeachment — que, então, usariam esse poder para interromper as investigações de corrupção e se proteger das consequências de seus crimes.

Nesse sentido, o impeachment de Dilma não foi realizado para punir corruptos, mas para protegê-los. Nas duas últimas semanas, vimos dois novos escândalos de corrupção que confirmaram esse ponto de vista muito além do que seus defensores imaginavam ser possível.

Em pouco tempo de mandato, Temer já perdeu cinco ministros por escândalos, mas as mais novas controvérsias são as mais graves até o momento. Um dos escândalos envolve esforços do Congresso — liderado pelos mesmos partidos que articularam o impeachment de Dilma, e com o apoio de alguns do partido de Dilma — em aprovar uma lei que lhes daria anistia completa para seus crimes de financiamento de campanha.

No final de setembro, chegou ao Congresso um projeto de lei, como se tivesse surgido do nada, que impediria a punição de qualquer membro do Congresso pelo uso de verbas de caixa dois nas campanhas eleitorais, em que políticos recebem contribuições de oligarcas e grandes corporações por baixo dos panos.

Muitos dos políticos mais poderosos do país — incluindo o Ministro das Relações Exteriores, a maioria dos membros da Câmara dos Deputados e o próprio Presidente Temer – estão envolvidos nesse esquema e, por isso, correm o risco de serem processados. A tática do caixa dois tem sido uma ferramenta fundamental no pagamento de propinas a políticos. O problema se tornou ainda mais urgente porque Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, está prestes a finalizar um acordo de delação premiada e deve citar inúmeras figuras políticas de importância como recebedores de milhões de dólares em doações não declaradas.

Já foi relatado que o Ministro das Relações Exteriores de Temer, José Serra, recebeu R$ 23 milhões em verbas ilegais da Odebrecht, dos quais grande parte foram depositados em uma conta de um banco suíço. (Tais verbas são referentes à sua campanha presidencial de 2010, ano em que Dilma saiu vitoriosa, demonstrando que aqueles que foram derrotados nas urnas democraticamente e estão envolvidos em graves escândalos de corrupção são justamente os mesmos que chegaram ao poder com o impeachment de Dilma.)

Quando a lei da anistia surgiu em setembro, tudo foi realizado de forma que ninguém percebesse ou descobrisse quem era seu autor. À época, o The Intercept Brasil a descreveu como uma manobra que “chocou até mesmo os analistas políticos mais calejados e acostumados com os complôs de Brasília. A articulação fracassou quando PSOL e Rede alertaram para o esquema e combateram os esforços no Congresso que visavam aprovar a anistia (Para fins de transparência: David Miranda, meu marido, foi eleito vereador da Cidade do Rio de Janeiro pelo PSOL). Assim concluímos nosso artigo de setembro: “Convencidos de seu próprio direito e capacidade de agir sem maiores consequências, não há dúvida de que tentarão cobrir-se de anistias novamente, quando não estiverem sendo observados.”

Blog do Noblat @BlogdoNoblat

É mais do que óbvio que esse era o verdadeiro objetivo por trás do impeachment desde o início. Em maio, um dos aliados mais próximos de Temer, Romero Jucá, foi forçado a se demitir do cargo de ministro após serem reveladas gravações nas quais admitia, preto no branco, que o impeachment de Dilma era necessário para interromper as investigações de corrupção, frisando que apenas com Dilma fora de cena seria possível que a mídia, os tribunais, os militares e a sociedade formassem um “pacto nacional” para deixar em paz os políticos corruptos de Brasília.

Contudo, apesar da renúncia forçada de Jucá em maio, ele acaba de ser nomeado líder do governo Temer no Senado porque, obviamente, o seu esquema de corrupção é compartilhado por Temer e pela facção que governa o país. Somente agora, os grandes veículos do país se veem obrigados a admitir o que era evidente desde o início: ao pedirem o impeachment, compactuaram no fortalecimento dos políticos mais corruptos do Brasil, garantindo assim que as investigações de corrupção fossem travadas.

Mas um escândalo completamente novo ameaça diretamente o próprio Temer. Na semana passada, o Ministro da Cultura de Temer, Marcelo Calero, demitiu-se de forma extravagante, alegando pressão excessiva exercida por um dos aliados mais próximos de Temer, o Ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, no sentido de forçar Calero a facilitar a realização de um projeto de construção de um prédio no qual Geddel tem interesse pessoal. Especificamente, Geddel pressionou Calero a garantir a aprovação da construção de um arranha-céus de luxo numa área histórica protegida de frente para o mar, edifício onde Geddel comprara um apartamento.

Temer começou por defender Geddel, insistindo veementemente que o mesmo não seria exonerado. O indicado de Temer na Comissão de Ética do Congresso bloqueou uma votação para investigar se Geddel teria violado regras de ética. Temer tentou por todos os meios menorizar a controvérsia com o intuito de proteger seu mais próximo aliado.

Mas isso não é mais possível. Ontem, Calero, o ministro que se tornou delator, prestou uma declaração sob juramento à Polícia Federal, alegando que não somente foi pressionado por Geddel para assegurar a aprovação do referido projeto de construção, como o próprio Temer também o abordou em duas ocasiões com o mesmo propósito. Em consequência, a primeira página de todos os principais jornais anunciava hoje de manhã em letras garrafais que o próprio Temer está implicado nesse escândalo e que, por isso, os partidos da oposição já instituíram procedimentos de impeachment contra o presidente.

(Geddel demitiu-se hoje pela manhã , enquanto este artigo estava sendo escrito: o sexto ministro de Temer perdido por conta de escândalos.) Mas agora precisamos perguntar: o que Geddel fez que Temer não tenha feito?

Tudo isso acontece no momento em que as principais figuras do partido de Temer, o centrista PMDB, não somente se veem envolvidas em escândalos políticos, mas estão sendo presos. Eduardo Cunha, o Presidente da Câmara dos Deputados que presidiu e foi a força motriz do impeachment de Dilma, está agora na prisão, aguardando julgamento por lavagem de dinheiro e suborno, após ter sido revelado que escondia milhões em contas bancárias suíças, enquanto o Ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi preso na semana passada sob acusações de controlar um esquema de corrupção de grande escala.

Essa sempre foi uma das mais gritantes ironias do impeachment de Dilma: o partido mais empoderado pelo impeachment, o PMDB de Temer (anteriormente em aliança formada com o PT), não somente destruiu sozinho o Rio de Janeiro mediante inaptidão e corrupção, como também reúne os líderes políticos mais descaradamente criminosos do continente.


De certa forma, pouco importa à classe oligárquica do Brasil, (como sempre) servida pela sua mídia, o que acontecerá com Temer. Assim como Cunha anteriormente, Temer cumpriu sua função: supervisionou a aprovação de uma medida de austeridade radical que, face ao crescimento negativo do Brasil, literalmente altera a Constituição para permitir a proibição de aumentos nos gastos públicos além da taxa de inflação nos próximos 20 anos. Desde sua chegada ao poder, Temer liderou uma verdadeira orgia de privatização, austeridade e congelamento de despesas que a oligarquia brasileira desejava avidamente há muito tempo. E, sobretudo, foi o instrumento utilizado para remover Dilma do cargo.

É importante lembrar que o próprio Temer, dirigindo-se a investidores estrangeiros e às elites da política externa em Nova Iorque, em setembro último, admitiu que o impeachment de Dilma se deveu, em grande parte, à sua recusa em aceitar o programa de austeridade do partido de Temer, uma confissão extraordinária que foi completamente ignorada pela grande mídia brasileira.

Pouco importa à mídia se o destino de Temer será o impeachment em favor de novas eleições ou a conclusão de seu mandato aos trancos e barrancos, enquanto figura nacional amplamente desprezada. A mídia conseguiu o que queria.

Todavia, o verdadeiro objetivo por trás do impeachment é tão evidente que até mesmo os principais articuladores do impeachment na mídia se veem forçados a reconhecer aquilo que, até recentemente, ridicularizavam de forma desonesta: que a finalidade real era a proteção e empoderamento dos corruptos. Contudo, mesmo tendo suas convicções comprovadas, os opositores ao impeachment não estão soltando fogos, uma vez que esses eventos mais recentes apenas reiteram que os brasileiros continuarão sofrendo as consequências de uma classe política e de uma elite que os desiludiu com fraudes gritantes e uma corrupção galopante.

A maior fraude de todas foi o impeachment de Dilma, vendido ao povo como o meio de livrar o país de uma administração danosa e da corrupção, quando na realidade, desde o início, pretendia fazer exatamente o oposto.

*Glenn Greenwald é um dos três fundadores do The Intercept. É jornalista, advogado constitucionalista e autor de quatro livros entre os mais vendidos do New York Times na seção de política e direito.

Com 39 instituições paralisadas, docentes instalam Comando Nacional de Greve

Professores entram em greve contra PEC 55 e MP 746

Docentes realizaram manifestação em frente à Ufes / imagem: Adufes SSind.Na manhã dessa quinta-feira (24) foi instalado na sede do ANDES-SN, em Brasília (DF), o Comando Nacional de Greve (CNG) da Greve Nacional, por tempo indeterminado, de docentes das Instituições de Ensino Superior Públicas da Carreira Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e do Magistério Superior contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016 e contra a Medida Provisória (MP) 746/2016. O CNG é composto por representantes de todas as seções sindicais e comandos locais de greve.

Até a manhã dessa quinta, docentes de pelo menos 39 instituições (veja lista ao final do texto), entre institutos e universidades federais e universidades estaduais, já haviam aderido à paralisação. Diversas seções sindicais estão com assembleias agendadas para decidir sobre a deflagração da greve nos próximos dias. Essa é a primeira greve unificada dos dois setores representados pelo ANDES-SN – professores federais e estaduais de ensino superior -, desde a greve contra a Reforma da Previdência, em 2003.

A greve dos docentes acontece em articulação com os demais setores da Educação: técnico-administrativos das universidades federais e docentes e técnico-administrativos dos institutos federais representados pela Fasubra e Sinasefe, respectivamente, além das diversas greves e ocupações estudantis.

O ANDES-SN já comunicou o Ministério da Educação e o Senado Federal sobre a deflagração da greve. Docentes de mais de 30 instituições já iniciaram a paralisação (veja lista ao final). Os demais realizam assembleia para deliberar se aderem ou não ao movimento grevista.

Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressalta que a greve não tem uma pauta coorporativa, e sim uma pauta que diz respeito a toda a população: a defesa da Educação Pública. “A nossa indicação é por uma greve que realize atividades públicas nas universidades, oficinas, aulas, debates, em conjunto com os estudantes, que na maior parte das universidades já estão ocupando, e com os técnico-administrativos, que também estão em greve, envolvendo os movimentos sociais e a população como um todo, para explicar os riscos que a PEC 55 e a MP 746 representam para a Educação Pública em todos os níveis”, explica.

 Os docentes decidiram por um calendário de ações como fazer um levantamento dos estudos já realizados pelas instituições sobre os impactos da PEC 55 nas Universidades; ampliar a pressão sobre os senadores e senadoras nos estados e no Senado federal, para votarem contra a PEC 55, através de e-mails, publicações nas redes sociais e atividades no Congresso Nacional; panfletagem junto aos senadores no Senado Federal na segunda-feira (28), e participação da marcha “Ocupa Brasília” dia 29 (terça).


Impactos da PEC 55/2016 nas IFE
Recentes estudos divulgados por instituições federais de ensino superior no país apontaram os efeitos nefastos para a Saúde e Educação públicas, caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/16 (antiga PEC 241) seja aprovada no Senado Federal. A PEC 55 limita por 20 anos as despesas primárias da União aos recursos do ano anterior corrigidos apenas pela inflação do período, para aumentar o superávit primário e destinar recursos ao pagamento de juros e amortização da dívida pública.

No que tange o ensino público superior, a proposta – caso seja aprovada-, limitará o orçamento das instituições e colocará em risco o pleno desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Vários reitores já manifestaram que o corte nos recursos deverá inviabilizar o funcionamento das instituições nos próximos anos.

Confira a agenda:
21 a 24/11 – rodada de AG para deflagração da greve nacional nas seções sindicais.
24/11 – Deflagração da greve nacional de docentes das IES Públicas da Carreira EBTT e Magistério Superior, com instalação do Comando Nacional de Greve.
25/11 – Dia Nacional de Luta com mobilização, protestos e paralisações/greves e para construção da greve geral.
28/11 – Dia de atividades no Senado.
29/11 – Marcha Nacional à Brasília: Ocupa Brasília.

Lista atualizada das Unidades Federais em greve até o início da tarde de 24.11.2016


Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN

*Foto 1: Adufes SSind


SENTINDO CHEIRO DE CARNIÇA TUCANOS ATERRIZAM EM MASSA NO PLANALTO


Aécio Neves disse "se comprovada a possível gravação que Calero teria feito de diálogos no Planalto, essa atitude "merece repúdio"portanto para o Senador gravação só vale para adversários.

O presidente Michel Temer se reuniu, hoje, com a cúpula do PSDB para um almoço. Nomes de peso da legenda, que participam em Brasília de um evento com prefeitos tucanos, começaram a chegar pouco depois das 14h no Palácio do Alvorada.

O encontro ocorre horas depois que Geddel Vieira Lima pediu demissão da Secretaria de Governo.

Nessa quinta-feira (24), o jornal Folha de S.Paulo revelou que o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, prestou depoimento à Polícia Federal informando que Temer o teria "enquadrado" a encontrar uma saída para as divergências com Geddel, o que o presidente nega.


Os ministros das Relações Exteriores, José Serra, das Cidades, Bruno Araújo, e da Justiça, Alexandre de Moraes, estavam no almoço, assim como o senador Aécio Neves, presidente nacional da legenda. 

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardozo, o prefeiro eleito de São Paulo, João Dória e também os governadores do partido,  Geraldo Alckimin (São Paulo), Simão Jatene (Pará) e Pedro Taques (Mato Grosso).

Foto Casa da mãe joana

PEC 55/241 e o AI5: o golpe dentro do golpe, por Roberto Requião

Veja abaixo vídeo matéria completa

por Roberto Requião

Fico sabendo que o senhor presidente desta Casa e os senhores líderes programaram para o dia 13 de dezembro a votação final  da PEC 241/55.

Esta data cai à fiveleta, como diriam os portugueses.  Não sei se foi escolhida ao acaso ou sugerida gaiatamente por algum bem-humorado líder oposicionista.

Afinal, foi   em um dia 13 de dezembro, há 48 anos, também com o apoio irrestrito e entusiasmado do empresariado e da mídia, que editou-se o Ato Institucional N° 5, a mais radical e destrutiva das intervenções do governo militar na vida brasileira.

O AI-5 representou uma flexão à extrema-direita dos golpistas de 64.

Foi um golpe dentro do golpe, definindo com mais   clareza, sem pruridos ou rebuços, os novos rumos do regime. Como disse o ministro Passarinho na reunião que aprovou o Ato: "Às favas com os escrúpulos".

Assim como o AI-5 há quase cinco décadas, a PEC 241/55 também representa um projeto de poder e traz em seu coração, igualmente, truculência, ferocidade, impiedade e ódio de classe. E manda às favas qualquer escrúpulo na rendição ao mercado e à globalização...

Veja em vídeo matéria completa

PEC 55/241 e o AI5: o golpe dentro do golpe

*Roberto Requião é Senador da República em seu segundo mandato. Foi governador do Paraná por três mandatos, prefeito de Curitiba e deputado estadual. É graduado em direito e jornalismo com pós graduação em urbanismo. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O desmonte do Mais Médicos

Foto Carta Capital


Do Blog do Miro

Por Renan Truffi, na revista CartaCapital:

Sob pressão de entidades do setor, Michel Temer começa a deixar clara a pouca disposição em manter e expandir um dos principais programas do governo federal na área da Saúde, o Mais Médicos. Em público, o governo tenta vender à sociedade a ideia de um suposto aumento dos investimentos na iniciativa, bem avaliada por usuários e prefeitos. Enquanto isso, nos bastidores, atende aos anseios corporativos, a começar por aqueles do Conselho Federal de Medicina, que nunca escondeu sua rejeição ao programa. O maior risco reside, aliás, em uma medida pensada para atender a esses lobbies.

O Ministério da Saúde anunciou neste mês a substituição de médicos cubanos, maioria no programa. Foram abertas mil vagas exclusivas para profissionais nativos em 462 cidades. De acordo com a pasta, o objetivo é substituir 4 mil médicos cooperados por brasileiros no prazo de três anos. O número de cubanos cairia de 11,4 mil para 7,4 mil. No total, o Mais Médicos reúne atualmente 18.240 profissionais, 5.274 formados no Brasil (29%) e 1.537 com diplomas do exterior (8,4%).

O segredo do desmonte está em um ponto. O ministro Ricardo Barros decidiu extinguir a bonificação de 10% oferecida aos brasileiros na nota das provas para residência médica. Desde 2015, os selecionados podiam escolher entre o benefício ou a oferta de auxílio-moradia e alimentação na região para a qual fossem enviados. O benefício atraía a inscrição daqueles que pretendiam ingressar, após o programa, no estudo de uma especialidade, como pediatria ou ortopedia.

Além do fim da bonificação, os inscritos não poderão mais optar por trabalhar apenas durante 12 meses como profissional do programa. O candidato terá de permanecer obrigatoriamente pelo período de três anos. O ministro ainda estuda algum tipo de punição para quem deixar o Mais Médicos antes do prazo.

“A razão reside efetivamente em um pedido das entidades médicas. Como ele não conseguiu outro caminho a não ser a renovação com a Opas ou a saída dos estrangeiros do programa, teve de entregar alguma coisa. Surgiu então a proposta de retirar os 10% de bonificação”, explica Hêider Aurélio Pinto, ex-secretário de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde e responsável pelo Mais Médicos antes do impeachment de Dilma Rousseff.

Foi a bonificação de 10% que permitiu ao governo federal preencher apenas com brasileiros todas os postos de trabalho abertos desde 2015. Na convocação do ano passado, médicos com registro no País ou brasileiros graduados no exterior preencheram as 4.139 oportunidades disponíveis. O mesmo aconteceu com as vagas de reposição.

Para se ter uma ideia, a cada 100 médicos brasileiros que entravam no Mais Médicos até então, 70 optavam pela bonificação e ficavam um ano no programa, em vez de receberem perto de 2,5 mil reais em auxílio-moradia e alimentação. Motivo? A dificuldade de alguns profissionais para acessar a residência médica. “As entidades do setor têm muita facilidade para aprovar quem eles querem. Tratam de maneira muito privada. Então, qualquer medida que altere essa lógica, eles interpretam como interferência indevida”, critica Aurélio Pinto.

Os conselhos e entidades, não é de hoje, tentam interferir ou acabar com o programa. Quando o Mais Médicos foi lançado, o Conselho Federal de Medicina elaborou em conjunto com outras associações um manifesto entregue aos presidenciáveis dias antes do primeiro turno da eleição de 2014. Dentre as 44 exigências, a extinção da iniciativa.

O atual ministro nunca escondeu suas restrições ao programa. Quando o governo Temer ainda era interino, Barros declarou publicamente que o Mais Médicos era “provisório”, pois caberia “aos municípios e não ao governo federal a responsabilidade de contratar” os profissionais.

Ao contrário de Barros e dos sindicatos da categoria, a população avalia bem o programa. Um levantamento realizado no fim de 2014 pelo Grupo de Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais indicou que o Mais Médico recebe nota média de 9 pontos, em uma escala de 0 a 10. De acordo com a pesquisa, 94% dos entrevistados estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o atendimento. As entrevistas foram feitas com 14 mil pacientes em unidades básicas de 700 municípios de todas as regiões do País.


A alta aprovação tem levado prefeituras administradas por diferentes partidos a defender e apoiar o programa. A renovação do contrato com médicos estrangeiros por mais três anos, divulgada pelo governo Temer há alguns meses, nasceu de um pedido por entidades como a Frente Nacional de Prefeitos e a Associação Brasileira de Municípios.

“Viajo para o interior do Acre, interior da Amazônia... São os prefeitos que sustentam o Mais Médicos. Principalmente nessas regiões isoladas, o que é algo inacreditável”, conta um profissional do programa, supervisor de áreas isoladas, que pede anonimato para não sofrer represálias.

“Visitei uma cidade do Amazonas, quando três médicos se despediam após o fim da missão, e o município deu o título de cidadão honorário para os três. E não era um partido de esquerda que comandava a cidade. Os usuários criam esse vínculo forte. O secretário de Saúde queria saber como renovar com esses médicos: ‘A gente quer muito que eles fiquem, a população gosta muito deles’.”

O ataque mais grave ao programa tem sido preparado no Congresso. Tramita na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados um projeto de lei para alterar um ponto estruturante do Mais Médicos: a obrigatoriedade, como pré-requisito de acesso à residência médica, da formação na medicina geral de família e comunidade após a graduação.

Pelas regras atuais, os médicos interessados em se especializar precisariam, a partir de 2018, cumprir de um a dois anos no Programa de Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade. A formação complementaria obrigatoriamente a atuação nas áreas do Sistema Único de Saúde.

O trecho do projeto de lei expande as opções, e no fim das contas restringiria a escolha pela medicina de família. Ou seja, os profissionais prestariam serviços no SUS para se especializar em pediatria, ginecologia, cirurgia geral e psiquiatria, entre outros. Estima-se que, sem alterar as regras, a rede pública passaria a contar com cerca de 18 mil médicos a mais.

O dispositivo elevaria o atendimento em atenção básica para cerca de 90% de cobertura nacional. O Mais Médicos prevê alterar a lógica da medicina, ao priorizar a medicina de família, assim como acontece em países como o Canadá e a Inglaterra. É essa regra que o projeto 5778 tenta alterar, com apoio de deputados do DEM e do PMDB e o lobby de associações médicas.

“Com um médico de família, o paciente frequenta um único profissional. Do ponto de vista do mercado, essa medicina gera menos procedimentos, menos custo”, argumenta Aurélio Pinto. “As entidades médicas são totalmente contrárias. Eles acusam o modelo de soviético, mas essas medidas funcionam no Reino Unido. A médio e longo prazo, seria a mudança mais profunda na formação médica.”

PF nega, mas Temer esvazia força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, por Leandro Mazzini


Por Leandro Mazzini

No Coluna Esplanada (UOL)


O Governo desmobilizou a Polícia Federal na Operação Lava Jato em Curitiba.

Nos últimos três meses, houve gradativa troca de subordinados dos investigadores, 'convites' para direções em superintendências e remanejamentos forçados de delegados.

Márcio Ancelmo, o coordenador, é o último bastião da equipe e foi convidado para ocupar um alto cargo na direção da corporação. Érika Marena, a ex-chefe do grupo – e que deu nome à operação – acaba de ser remanejada contra sua vontade para Florianópolis.

Nos últimos meses foram remanejados da equipe os delegados Eduardo Mauat, Duílio Mocelin e Luciano Flores (o que levou o ex-presidente Lula da Silva sob condução coercitiva).

O clima azedou entre os delegados, porque alguns fecharam os olhos.

Dois jovens delegados (abaixo dos 30 anos) e com menos de dois anos de PF entraram na equipe, animados para mostrar trabalho, mas não têm a experiência dos que saíram, segundo colegas e investigadores.

Agora, a bola do jogo continua com a equipe intacta do Ministério Público Federal, sob comando de Deltan Dallagnol. Aliás, a Lava Jato é das poucas operações onde MP e PF se afinam.


Atualizada Quinta, 24, 17h32 – A Assessoria de imprensa da DPF contatou a Coluna e informou que a informação não é a realidade nos âmbitos da corporação e questionou a nota. Mantemos o publicado e aguardamos a nota da PF.

Lula não negociou cargo, não pediu propina nem sabia de esquema na Petrobras, diz Cerveró

Beba da fonte -  ouça os depoimentos dos delatores

O depoimento do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Ceveró, ao juiz Sergio Moro, nesta quarta (24), frustrou o Ministério Público Federal na ação em que Lula é acusado de receber propina da OAS na forma de um triplex, entre outras vantagens indevidas. Isso porque Cerveró, um dos principais delatores da Lava Jato, negou que Lula tenha negociado cargo, pedido ou recebido recursos desviados dos cofres públicos ou mesmo que tinha conhecimento do "esquema" na estatal.

Aos 12 minutos, uma procuradora da República pergunta a Cerveró qual o papel de Lula em sua nomeação para a diretoria Internacional durante o primeiro mandato do petista. Cerveró contou que foi patrocinado por um governador do Mato Grosso, o Zeca do PT, mas que, na prática, respondia "especificamente" ao senador cassado Delcídio do Amaral, com quem trabalhou na Petrobras desde os anos FHC.

Segundo Cerveró, quem negociava cargos na Petrobras com partidos aliados, durante o governo Lula, era o ex-ministro José Dirceu, e não o ex-presidente. O MPF alega que Lula tinha participação direta nessas escolhas e sabia da função "arrecadatória" das diretorias.

"Meu vínculo era com o PT, particularmente o Delcídio. Mas houve enfraquecimento político de Delcídio [em meados de 2005, por conta do Mensalão]." Depois desse desgaste, o PMDB conseguiu barganhar o espaço Delcídio na estatal, e passou a dividir Cerveró.

Ele também reforçou que Delcídio entrou na Petrobras nos anos 1990 não indicado pelo PSDB, seu partido à época, mas pelo PMDB de "Geddel e Jader". Cerveró ainda reafirmou que Delcídio ´também cobrava propina em cima de contratos para construção de termelétricas na gestão FHC, embora o ex-senador tenha negado isso na frente do juiz Sergio Moro.

Por volta dos 21 minutos e 30 segundos do primeiro vídeo, a representante do MPF pergunta: "O então presidente da República, senhor Luis Inácio, sabia da utilização da diretoria para fazer essa distribuição de valores para partidos?", ao que Cerveró respondeu: "Eu não sei dizer. (...) Eu nunca tive nenhuma conversa privada sobre esse assunto com o presidente Lula. (...) Eu sabia que levariam essa informação, de que eu também esava sendo apoiado pelo PMDB no Senado, mas não me disseram nada sobre [ele sabia] quanto eu deveria contribuir."

ABREU E LIMA

Aos 24 minutos, a Procuradoria aborda um trecho da delação premiada em que Cerveró fala que Lula influenciava na política de desenvolvimento da Petrobras e teria, portanto, acompanhado de perto a obra da refinaria de Abreu e Lima.

Segundo o MPF, três contratos envolvendo esta e a refinaria Getúlio Vargas, que somariam R$ 87 milhões em desvios, seriam o objeto da acusação contra Lula. A Lava Jato sustenta que o ex-presidente recebeu, em contrapartida a essas obras, um apartamento triplex no Guarujá, cerca de R$ 1 milhão despendidos na manutenção do acervo presidencial, além de "governabilidade" - pois o esquema na Petrobras garantiu apoio na Câmara e Senado.

Cerveró disse que Lula tinha um acordo com o então governador Jarbas Vasconcellos para que a refinaria fosse construída em Pernambuco. Ele negou que Lula tenha influenciado diretamente em qualquer contrato executado pela diretoria Internacional. Disse que teve "todo apoio" para levar a Petrobras a atuar em 26 países.

BR DISTRIBUIDORA

Sobre a BR distribuidora, o MPF quis saber se Cerveró teve apadrinhamento político.

A partir dos 7 minutos do vídeo abaixo, Cerveró disse que soube que teve uma reunião em que Lula teria dito que era impossível mantê-lo na Petrobras porque o PMDB estava obstruindo a pauta na Câmara, de olho na diretoria Internacional.

"No relato de José Eduardo Dutra [ex-diretor da Petrobras] a mim, Lula teria dito: 'Como fica o Nestor?' Nessa época, a diretoria financeira da BR estava sem titular. Dutra informou (...) que Lula disse que 'se o Nestor estivesse de acordo, seria nomeado'.

"A delação de Fernando Baiano diz que José Carlos Bumlai teria procurado Michel Temer para evitar que Cerveró perdesse o cargo na Petrobras. Esse favor estaria ligado à ajuda de Cerveró para quitar uma dívida do PT, de 2006, com o Banco Schahin, através da contratação do grupo para atuar na Petrobras. Cerveró diz que fez a contratação do Schahin porque José Sergio Gabrielli pediu para ele resolver essa dívida de cerca de R$ 15 milhões.

DELCÍDIO

No último vídeo, em que Moro começa a fazer perguntas a Cerveró, o delator admite que pagou 2,5 milhões de dólares "em várias vezes" ao ex-senador Delcídio do Amaral. A propina seria para quitar dívida da campanha de 2006, quando ele foi candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.

Diante de Moro, Cerveró esclarece que Delcídio tinha preocupação em não ser citado na Lava Jato e que não sabia da participação de Lula num esquema para evitar uma delação. Na visão dele, seu advogado, Edson Ribeiro, recebia dinheiro de Delcídio para evitar qualquer acordo com o MPF.

À defesa de Lula, Cerveró falou que o programa que FHC criou para tentar evitar um apagão foi o que viabilizou negociações de propina entre agentes da Petrobras e empresas interessadas em construir as termelétricas.

Sobre o triplex, Cerveró não tinha informações além do que viu na grande mídia.

Delatores "não têm conhecimento" de crimes de Lula em tríplex

Jornal GGN - Apesar de todos os delatores da Operação Lava Jato, convocados pela própria força-tarefa, isentarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex no Guarujá, no segundo dia de audiências nesta quarta-feira (23), Sérgio Moro antecipou juízo contra Lula.

"Mais uma vez, a defesa foi interrompida, impedida de fazer os questionamentos na forma que a lei processual penal estabelece e, por isso, nós fizemos os devidos protestos. Chegou num momento, inclusive, em que o próprio juiz Sergio Moro antecipou juízo de valor, fez o novo pré julgamento no curso da audiência, que foi objeto de registro pela defesa", disse o advogado Cristiano Zanin Martins.

Na audiência, foram ouvidos os delatores Pedro Corrêa, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, que negaram a realização de qualquer reunião com o ex-presidente, em que ele tenha solicitado ou recebido vantagem indevida, e também qualquer relação de Lula com o triplex no litoral paulista.

"Nenhuma das testemunhas arroladas pelo próprio Ministério Público Federal confirmou a tese acusatória. O que nós estamos vendo aqui é que aquela obsessão em incriminar o ex-presidente Lula está ruindo através dos próprios delatores da Lava Jato. Fica claro que Lula não praticou qualquer crime", continuou Zanin.

Entre os depoimentos mais esperados estava o do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Como testemunha de acusação contra Lula, deveria acusar o ex-presidente em seu 207º depoimento.

No final da audiência, a defesa de Lula fez cinco perguntas sequenciais a Costa:
- Tem conhecimento que o ex-presidente Lula solicitou vantagem indevida em razão do caro?
- Tem conhecimento que o ex-presidente Lula aceitou promessa de vantagem indevida em razão do cargo?
- Tem conhecimento que o ex-presidente Lula recebeu vantagem indevida em razão do cargo?
- Tem conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?
- Tem conhecimento que os executivos Léo Pinheiro e ou Agenor Medeiros teriam prometido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?

A resposta de Paulo Roberto Costa para todas as cinco perguntas foi repetidamente: "Não tenho esse conhecimento".


Durante a audiência, o ex-executivo da Petrobras também negou que teve qualquer reunião sozinho com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre qualquer conversa a respeito de atividades fraudulentas e negou que tenha sido alguma vez chamado de "Paulinho" por Lula, como amplamente divulgou a imprensa.

ICMBIO MULTA PROPRIETÁRIOS DE AERONAVES POR MOLESTAMENTO INTENCIONAL DE CETÁCEOS

Segundo a Lei 7643/1987, que proíbe a matança e o molestamento de cetáceos de qualquer espécie em águas brasileiras, o delito é punível com de dois a cinco anos de reclusão (Foto: Enrique Litman - Instituto Baleia Franca (IBF)

Imbituba (27/10/2015) - O ICMBio multou proprietários de duas aeronaves flagradas em agosto executando sobrevôos abaixo de 100 metros de altitude sobre baleias franca em Garopaba, SC. A infração ambiental, descrita no artigo 30 do Decreto 6514/2008, e especificada no artigo 7º da Portaria IBAMA 117/1996, foi cometida no interior da APA da Baleia Franca, unidade de conservação federal que tem como um dos objetivos de criação justamente proteger em águas brasileiras a espécie Eubalaena australis.

As autuações foram feitas em atendimento a denúncia formal, com fotografias, enviada à APA da Baleia Franca. Cópias dos autos de infração lavrados foram encaminhadas ao Ministério Público Federal em Tubarão, para providências na esfera judicial. Segundo a Lei 7643/1987, que proíbe a matança e o molestamento de cetáceos de qualquer espécie em águas brasileiras, o delito é punível com de dois a cinco anos de reclusão.

As multas administrativas aplicadas aos proprietários das duas aeronaves pela fiscalização do ICMBio somam R$ 10.000,00. O caso tem como agravante o fato de se tratar de espécie constante de listas oficiais de espécies ameaçadas. Os proprietários foram identificados por meio de consulta dos prefixos das aeronaves no Registro Aeronáutico Brasileiro, junto à Agência Nacional de Aviação Civil.

O chefe da APA da Baleia Franca, Cecil Barros, avalia que as autuações foram necessárias, e faz um alerta, "advertimos pilotos e proprietários de aeronaves para evitarem sobrevoar a área marítima da unidade de conservação a altitudes inferiores a cem metros, especialmente durante a temporada das baleias franca, que vai de julho a novembro, para evitar a caracterização de molestamento intencional de cetáceos. Estes animais vêm ao sul de Santa Catarina para se reproduzir e amamentar seus filhotes, e há normas específicas para protegê-los, que devem ser respeitadas."
Segundo a Lei 7643/1987, que proíbe a matança e o molestamento de cetáceos de qualquer espécie em águas brasileiras, o delito é punível com de dois a cinco anos de reclusão 

Fonte: Instituto Baleia Franca (IBF)